segunda-feira, 14 de outubro de 2013

UMA TROVA PARA LÍVIA - (Jayme Cardozo Jr.)


Não posso mais esconder
meu amor ao ver seu rosto.
Queria tanto eu, saber,
quem sabe ter; ser seu gosto.




terça-feira, 23 de julho de 2013


As dores humanas são como o próprio ser ser humano na terra! Surpreendentes quanto a sua duração, elas também têm: começo, meio e fim! 

(Jayme Cardozo Jr.)

domingo, 21 de julho de 2013

A CIDADE


Ah, que bom aqueles tempos... aqueles tempos em que a tarde, a noite, a estrela mais brilhante... a chuva, as badaladas do sino da Matriz... quando tudo, quando tudo mesmo nessa cidade, me trazia o teu semblante... 

(Jayme Cardozo Jr.) - Copyright

quarta-feira, 17 de julho de 2013

JULHO DE 2013 - (Jayme Cardozo Jr.) - Copyright

Políticos, políticas;
passeatas nas ruas.
Conhecidos políticos,
polidos espiões,
de anos,
de décadas...

Web-Vitrais;
sub-mundo, mundos,
baixas orientais.
Partidos
participação,
oposição...
Isso é democracia?

Bom mesmo
é amar!
Bom mesmo
é o amor!
Que não muda
que é moda
ontem, hoje, e sempre;
que é o único fator
que transcende
nosso louco tempo
nosso tempo louco.


POEMAR - (Jayme Cardozo Jr.)

...um mundo tão cheio de reveses
de discordâncias
do que parece certo
para uns
para outros;
desesperanças...

Um mundo tão grande
e se faz tão pequeno...
eu pago
eu pego
a pena
e poemo!

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O HOMEM SÁBIO - (Jayme Cardozo Jr.) - Copyright


Sim, eu já encontrei
tudo que eu mais queria na vida:
paixões
amor
emoções
e ouro fino...

Acho que retornarei
à nossa velha estrada da vida
à procura de:
paixões
amor
e emoções...

Desta vez,
tempo, eu não mais perderei
saio à procura
só de paixões,
somente emoções,
só o amor.

terça-feira, 25 de junho de 2013

O AMAR O AMOR... (Jayme Cardozo Jr.) - Copyright


Ah, se soubéssemos que:
o amar
o amor 
é a cima, 
é a mais...
Mas será "self" essa força
a desfazer castelos, elos
assim tão cedo demais?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

VÊS? - (Jayme Cardozo Jr.) - Copyright


Não importa se você não vê Deus!
Não importa se você ou eu 
não o sinta!
Deus está bem aí, 
lá, ali...
no vento
no mar
na vida.
Está agora bem aqui!
Eu o vejo sempre
e também sempre que limpo
a vidraça quando assim,
embaçada.
Deus está sempre do meu lado,
no sentido de companheiro mesmo!
Ei-lo!
Vês?

sábado, 4 de maio de 2013

O AMOR NOS MOVE - (Jayme Jr.)


O amor nos move
quando também amamos;
nos comove quando
o vemos... um filme...

O amor é além, mais...
mais que a vida
que a existência nela
que a experiência de amar.

e o ato do amor, de amar
que pretende ser contínuo
consegue ser pra sempre
na lembrança, na saudade.

O amor é como Deus
alguém sem tamanho...
que consegue ter tamanho
dentro de corações que doam.


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DO AMOR - (Jayme Cardozo Jr.)


Das distorções do amor
é que não vou dizer
mas digo do momento
do beijo
do movimento de corpos.

Das dúvidas do amor
é que não vou escrever
mas das certezas escrevo
do abraço
da mistura de almas, desejos.

Dos medos do amor
é que não vou falar
mas do amor que vivo falo
do prazer
do sexo que é mais forte que a bomba.

O amor é pois 
desejo de complementos 
que de bravio, calmo que é
não se importa em sobreviver
em meio às distorções, dúvidas, e medos.

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quinta-feira, 18 de abril de 2013

DIRECIONADOS - (Jayme Cardozo Jr.)


O medo que nós sentimos

sendo inocentes que somos,

será, nos absolve

da culpa que temos?


 

O amor que nós sentimos

sendo dúvidas que somos,

será só um castigo

da condição em que estamos?


 

Sim, somos como o vento

no nosso intento em acertar...

E o que nos envolve, nos absolve

numa inocência que trazemos cá.


 

Tudo nos trás de volta,

à verdade que não vivemos.

E uma força viva, além, nos solta

dos emaranhados em que nos perdemos.


 

Somos seres direcionados, ainda!



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segunda-feira, 15 de abril de 2013

NOSSA GRANDE PEQUENEZ - (Jayme Cardozo Jr.)



Essa nossa tão grande pequenez
diante de tudo,
do universo imenso...
essa nossa grande pequenez é:
espada e pena
paixão e asco
escuridão e luz
amor e ódio...
E é assim que tecemos
a nossa vida
a nossa história
nossas glórias e inglórias.
E é assim que deixamos
nossas pegadas,
para que num futuro
o mundo, ou mundos
a vida, ou vidas
a história, ou histórias,
sejam só de amor.


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domingo, 14 de abril de 2013

A IDADE DA RAZÃO (livro) - CARLOS NEJAR


É preciso partir de manhã
para o escuro de Deus.
Das coisas
para as coisas.

Pisar na dor
para o equilíbrio
da terra e os frutos.

É preciso amar sempre
e de novo.
Que os pensamentos voam raso,
embaixo das estrelas.

E não há religião ou ambição
nas profundezas.

Quem ama
corre o risco.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

AMOR - (Jayme Cardozo Jr.)



A ação do amor, a vida de amar, quando não correspondida, deveria ser a imitação de um imã, que num determinado tempo pode estar também em contrário do ponto de doação ao ponto de recepção, se tornando adverso de ambas as partes, propenso ao afastamento... ao desamor. Acho que assim não haveria o sofrimento de quem ama e não é devidamente correspondido.
Mas infelizmente ou felizmente o amor é amor, e como disse S. Paulo, o amor é esse ápice dos sentimentos, das ações humanas em favor de outro, em que só ele consegue ser sofredor e benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade; ele não se ensoberbece... Ele tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Conseguiremos um dia entendê-lo?



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domingo, 22 de julho de 2012

UM AMOR E DOIS LUGARES - (Jayme Cardozo Jr.)



Até quando meu amor,
estaremos nós assim,
um amor e dois lugares?
isso é tão ruim...
eu te amando aqui
você me amando aí...
Porque deveríamos sim
puxar, unir os dois lugares
com nossas mãos
nossas forças
coração...
sermos nós, lugares, tudo
finalmente um!


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um domingo de inverno [manhã] - jayme cardozo jr.


um dia lindo
lindo de domingo
pássaros infindos
voos razantes
em meu coração


há de ser o dia
o dia da poesia
o domingo da alegria
ou da tristeza, talvez
mas de todos, o dia d

um dia assim
com um sol assim
pálido de inverno
cálido de domingo
um dia, uma manhã


e eu quando aqui
sozinho e ares frios
vou como quem vai
vivendo o dia que vindo
concientiza-me da paz


um dia lindo, sim
pessoas... e eu a pensar
o lindo é findo n'alma
quando me lembro da Síria
quando é Damasco quem cai


um dia, uma manhã
tantas milhas, milhas além
num dos escopos do globo
balas, bolas de fogo, morte
nada de lindo advém


um dia tão lindo
um mundo tão triste.



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segunda-feira, 30 de abril de 2012

CHUVA E FRIO - (Jayme Cardozo Jr.)

A chuva
o frio
aumenta o frio
aumenta minha paixão.


O frio
a chuva
aumenta a chuva
aqui em meu coração.


O que é a paixão?
O que é o amor?
O que é isso tudo
que me acomete num todo?


O outono
o inverno
um inferno não meu
e nem meu, qualquer paraíso.


O frio
a minha pele
a tua distante
mas almas unidas: nisto!


O que é encontro
ou será reencontro?
quando nunca diálogo
só nos sentimos ao outro?


A chuva
os rios
lado a lado
a transbordar.


Os rios
se cruzam
desembocam juntos
em algum lugar de algum mar.


29/04 - 9.40h


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terça-feira, 17 de abril de 2012

SEM TÍTULO (Jayme Cardozo Jr.)


Quem podia ou poderia
reconhecer, viver a poesia
quando o mundo real
é irreal ao ser o que é:
maldade dos homens?

Quem pode ou deveria

desfiar uma noite inteira
fazer surgir um novo dia
quando o mundo só insiste
em ser noite sem luar?

Quem sabia ou saberia
levar tijolos e cantigas
reconstruir o que não se tinha
e que lamentavelmente
não se pode ter na fúria?

Quem desceu sem decidir
descer de novo ao subir
e de tudo tão novo voltar a ver
que realmente no sobe e desce
a transformação é inevitável?

Quem deixou de ser humano
que muitas vezes é ser insano
num tudo natural e justo
num mundo que se quer perfeito
na perfeição que já havia?

Quem pediu ou pedirá
em preces, ou se ofertando
em favor do mundo todo?
Uma lenda diz: verás
um mundo novo começando.



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quinta-feira, 12 de abril de 2012

UM JOGO - (Jayme Cardozo Jr.)

A vida é um risco,
isto é, viver, amar, confiar...
é um jogo que nos aquece
e do qual às vezes nos fere.
Realmente um risco, um jogo...
Senhoras e senhores,
façam suas apostas!


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imagem: cassino.gif

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O TEMPO, AGORA - (Jayme Cardozo Jr.)


O tempo passa mais rápido agora, é verdade!
Mas ele não é mais como o tempo de outrora...
aqui dentro ou lá fora, agora,
o tempo não tem mais fim.



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segunda-feira, 9 de abril de 2012

LEMBRANÇAS DE MINHA CIDADE - (Jayme Cardozo Jr.)



Eu trago comigo tão belas recordações
De quando bem criança ainda era.
Em Nove de Abril explodia os corações
E na praça Rui Barbosa ficávamos à espera.

Esperávamos o desfile cívico tradicional
Os alunos das escolas defendendo sua Camisa
Para os meus era uma manhã emocional

Pois minha irmãzinha vinha á frente como baliza.

Ah, Mogi Guaçu, minha doce e amada terra
Que saudade tenho daqueles tempos de bonança
As fanfarras ao invés do Tiro de Guerra
Deixavam perplexo minha alma de criança.

O Coreto... a Banda do Geraldo Vedovello
Era parada aos casais de namorados
O cinema afagava os anelos
De quem ninguém ainda havia conquistado.

As badaladas do sino da Matriz
Chamavam todos para o horário da adoração
Eu ali presente como coroinha e aprendiz
Sonhava em um dia seguir a Tradição.

Aos domingos no Camacho o futebol
Não era o Atlético, mas sim o nosso Grêmio
Na Cachoeira numa bela tarde de sol
Gostosos pratos, para o Guaçu era um Prêmio.

Oh, saudosismo, neste momento me deixe!
Porque aqueles tempos sim, tinham sua magia
Eu de caniço e o rio com seus peixes
Na ponte velha o menino que corria.




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domingo, 8 de abril de 2012

O MAIS SAGRADO - (Jayme Cardozo Jr.)


A chuva que cai sobre a terra
arada, preparada, semeada
é junto a terra, a semente e o suor
sagrada, mistura de terra céu.
Mas nada é mais sagrado
do que a minha crença em Deus.

O homem que vê, ouve e pensa
eu respeito e considero sagrado.
A mulher com aquela barriga enorme
é sagrada e sagrado é seu fruto.
Mas mais do que o homem, mulher e fruto
é sagrada a minha crença em Deus.

O amor, a donzela, a Matilda
O flerte, o abraço, o beijo e sexo
cartas de amor, a lágrima e o poema
sagrados são, e o coração.
Mas mais do que a mais pura paixão
é sagrada a minha crença em Deus.

A raiva, desdém, ódio que escapa
o perdão, a reconciliação
se vem com um propósito além
são também elementos sagrados.
Da sua raiva, do seu ódio me livro
na crença sagrada que tenho em Deus.




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sexta-feira, 6 de abril de 2012

O CONSCIENTE, ESSE É QUE É - (por Jayme Cardozo Jr.)


Não queira saber o que o seu ou o meu inconsciente quis dizer com isso ou aquilo! Isso é doença! É o que os supersticiosos chamam de coisa do capeta. É... até os supersticiosos às vezes têm razão.
Você é mais que seu inconsciente, você é consciente! Então eu quero saber de você, do seu consciente, do que você é, quer e pensa conscientemente aqui, no mundo real, no mundo do Deus consciente.
De mim, eu quero é saber o que é que meu consciente quer, isto sim! Porque o inconsciente é instável, mentiroso e quer sobrepor-se ao consciente.
O inconsciente? Só se for para a criatividade, fora isso é escuridão, fogo voraz nos relacionamentos.
O mundo, a vida real, são lindos e conscientes! Eu vivo conscientemente!




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quarta-feira, 4 de abril de 2012

ENTÃO... (Jayme Cardozo Jr.)


Há tempos não escrevo
não leio, não ouço
cantos, vozes ao vento
olhares e risos.

Há tempos não vejo
um filme, um feito que
me chame a atenção
em qualquer coisa que é.

Há tempos não sinto
a dor de alguém, outrem
ou uma vontade em mim
de sofrer por amor.

Há tempos não sei
o que saberia se fosse
se saísse sem receios
pela cidade, na noite.

Há tempos não quero
mais você, ou quero,
um alguém que faltou
quando eu mais presente.

Há muito esperei
que uma estrela do céu
me viesse, me desse; não veio
então, não quero mais nada.




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segunda-feira, 26 de março de 2012

AMOR, AMOR... (Jayme Cardozo Jr.)


Amor, amor...
quem o interrompeu,
que quiz fazê-lo se calar?
Só conseguiu dos deuses
inibí-lo... fazê-lo mais:
amor e mar!
Amor, amor...
Esqueceram-se eles
os que o interromperam
que além dos deuses
há também o Deus dos deuses...
o Deus do tudo, do lado
do lado esquerdo do peito
o Deus do amor.
Amor, amor...
não adianta...
vamos assim,
por ele feitos...
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quinta-feira, 22 de março de 2012

DIA E NOITE - (Jayme Cardozo Jr.)

Amanheceu
o dia,
feito canção.
Um dia,
de sons
corações paixão.
Anoiteceu
estrelas,
a lua nua.
Astros
no breu,
encontro a sua.
É madrugada
as bocas,
se calaram.
O dia vem
amanhecer,
os que se amaram.




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sábado, 17 de março de 2012

SUTILEZA - (Jayme Cardozo Jr.)

"Onde está aquela moeda?" Dizia a si mesmo Marcos Tito, abrindo gavetas, subindo em cadeiras para ver por de cima de armários, guarda-roupas. Sabia que a moeda que Ivana lhe mostrara e que tanto falara, destacando-a das outras de sua coleção era aquela que a pouco vira na internet, a moedinha inglesa de ouro.
Na coleção não estava. Tinha que estar em algum lugar. "Ela não pode ter levado-a."
Ela, viajando a trabalho, nem imaginava que naquele momento em sua casa, Marcos Tito revirava tudo para encontrar a tal moeda valiosíssima.
Marcos Tito viu num site de numismática que a moeda na verdade valia o triplo do que Ivana lhe havia dito. Realmente valia uma fortuna.
"Ah, se eu achar essa moeda eu estou rico!" Era o que dizia a si mesmo Marcos Tito. "E ela pensando que valia menos!" - pensava.
Ivana, descansando no hotel em que se hospedara no centro da cidade de Campinas, resolveu ligar para Marcos Tito, o namorado não de muito tempo, na verdade de três meses de relacionamento; ligaria para saber se estava tudo bem com ele, com a casa, pois ele ficaria na casa naqueles dias em que Ivana estaria em Campinas.
O telefone tocou por várias vezes. O rapaz vira na bina que era Ivana. Não quis atender, pois seus pensamentos estava em econtrar aquela moeda. Não conseguiria, pensara rapidamente, conversar com Ivana naquele momento em que fazia algo contra ela, na casa dela, sem que ela soubesse disso. Se encontrasse aquela moeda não pensaria duas vezes em tomá-la pra si, e procuraria quem a comprasse.
No momento em que desligou o telefone no quarto do hotel, Ivana pôs-se a pensar em Marcos Tito; no pouco tempo em que o conhecia de verdade mesmo. No pouco tempo de namoro. Na paciência que tivera em aceitá-lo como seu namorado, um arquiteto recém formado, que nem tinha ainda um trabalho fixo.
Pensou também na confiança que depositara no rapaz que lhe tocara tanto o coração. Em como permitira que ele ficasse tomando conta de sua casa naqueles três ou quatro dias em que faria de tudo para fechar duas vendas de fazendas a empresários daquela cidade.
Vitoriosa, voltou para sua cidadezinha. Conseguira fazer as duas vendas. Tivera uma comissão daquelas!
Nunca comentara diretamente com Marcos Tito sobre seu trabalho, no que se referia ao ganho de comissões, mas dessa vez falaria. Não via a hora de chegar e contar-lhe tudinho, do seu ganho com os negócios feitos em Campinas; com prazer contaria ao namorado que a comissão foi tão boa que se não vendesse nada nos próximos seis meses, assim mesmo não teria falta alguma de dinheiro.
Queria também como uma surprêsa, emprestar a Marcos Tito o dinheiro que ele tanto dizia precisar para montar seu lugarzinho de projetos.
Conseguira falar com Marcos Tito pela última vez, no dia anterior a sua chegada. Percebera algo de estranho no namorado. Ele parecia bem nervoso.
Chegou em casa e teve um choque! Marcos Tito não estava, nem se encontrava mais no guarda-roupas algumas vestes que ele trouxera para sua estadia por aqueles dias. Não havia mais nenhum dos pertences do namorado no quarto, no banheiro ou em qualquer parte da casa.
Correu para o quarto de hóspedes, levantou o carpete num dos cantos do quarto, removeu três tacos do assoalho e numa cavidade do chão retirou uma caixinha de madeira, tipo bauzinho. Abriu-o e nada encontrou, a caixinha estava vazia.
Ficou muito triste ao perceber tudo que acontecera enquanto estivera fora. Depois começou a rir, a rir sem parar.
Falara tanto daquela moeda inglesa, centenária e valiosa a Marcos Tito, mas não lhe disse que aquela era só uma imitação que ganhara de um ex-namorado também como ela, numismata.
Naqueles dias primeiros do namoro com Marcos Tito, não sabia porque, mas sentia no seu íntimo que deveria testar o rapaz. Ainda que se entregara de corpo e alma ao moço, sentia que não podia confiar totalmente nele. Alguma coisa no jeito do rapaz em alguns momentos, a fez tomar aquela atitude de testá-lo.
Chamou o chaveiro para trocar a fechadura da porta da frente e reparou que tristeza mesmo só sentira naquele minuto em que abriu a caixinha. Agora estava aliviada e contente.
"Por sorte aquele ladrão ficou tão fascinado com o valor que a moeda verdadeira tem que não levou mais nada da casa. Só a moeda de metal mesmo!" - disse ela a si mesma, rindo e feliz por estar livre e preparada para conhecer outro alguém.
"Agora alguém bacana e honesto heim Rafinha !" - disse ao anjo imaginário que a acompanhava desde a infância!




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MARI - (Jayme Cardozo Jr.)


Era sempre assim quando chegávamos ao Shpping! Mari simplesmente deixava de ser Mari. A 'espanhola' dura na queda, sisuda de poucas palavras sumia, e renascia como das outras vezes ali, a 'espanhola' com cara alegre, sorriso para tudo; e duas, até três vezes na praça de alimentação antes e depois do cinema.
"Olha aquela sandália, Gilbertinho!" "Olha esse vestido, Gilbertinho!" "Ah, eu sempre quis uma bolsa dessa!" - ela com seu sotaque hispânico.
Quem ficasse lá embaixo a observar quem descia pela escada rolante, nesse momento veria uma uma mulher forte, extremamente alta, na faixa dos quarenta e cinco anos, de pela branca e cabelos negríssimos descendo com sacolas penduradas pelas mãos e braços. Era o dia, era a tarde de Mari.
Até já dentro do carro, ia Mari comentando o filme, falando do cinto de couro ou do vestido que não estava muito caro... falando, falando...
Em algumas vezes quando a chamavam-na de espanhola, o que era comum, ela respondia: "Espanhola não lindo! Basca! Eu sou basca!"
Mari apareceu na loja de meu pai procurando emprego quando eu ainda era bem garoto. Conseguiu o emprego e depois de alguns anos transferiu-se para nossa casa tornando-se a secretária de meu pai, a pessoa de confiança do velho. Era o braço direito dele, principalmente em época de eleições, correndo pra lá e prá com a candidatura de meu pai que nessa época já não se elegia vereador por duas eleições consecutivas.
Quando nossa mãe morreu, Mari mostrou-se definitivamente ser a pessoa perfeita para estar ao lado de meu pai. Cuidou de tudo dando a ele e a nós filhos, apoio e aquele carinho matriarcal basco, um tanto quanto rude, é verdade, mas verdadeiro, sem fingimentos. Foi, tenho certeza, a grande responsável pela volta à lucidez de meu pai, que caíra em profunda depressão com a perda de nossa mãe. Por quase um ano inteiro meu pai ficou emocionalmente abalado. Mari além de resolver muitos dos problemas: loja, casa, problemas que surgiam por conta da situação emocional de meu pai, também, acredito eu, dia a dia ia levantando a autoestima dele, com suas palavras de ânimo e também muitas vezes com suas repreensões. Repreensões estas, naquele estilo basco dela, sempre em voz alta, para com aquela "entrega emocional", como ela dizia. Ele, estando naquela situação, ficava quieto aceitando de certa forma a repreenção incentivadora de Mari, e assim acho que foi se aprumando, voltando mesmo a ser o nosso velho pai, o velho comerciante com espírito político de antes.
Certa vez, Mari chegando a nossa loja para falar com meu pai teve uma surpresa ao adentrar o recinto.
Meu pai e eu alguns segundos antes dela entrar fomos rendidos por dois pivetes armados com um revólver, que aos berros queriam o dinheiro do caixa. Meu pai, depois disse que jamais em quase cinquentas anos no comércio fora assaltado, mesmo sempre trabalhando no comércio de São Paulo.
Pois bem, mas o que aconteceu em seguida foi surpreendente! Mari entrou e nem demostrou susto. Com seu tamanho descomunal sem que se persebesse direito caiu em cima dos pivetes e depois de num tempo indecifrável de rápido, tomou o revólver dum deles e dominou-os pelo pescoço, um em cada braço. Foi fantástico, assustador e depois cômico.

Lembro-me como se fosse hoje, abril de 1983, de quando a Polícia Civil esteve na nossa loja juntamente com um representante do consulado espanhol a procura de Mari. Acharam-na em casa. Levaram-na sem nos dar muitas explicações, a não ser a meu pai que teve que comparecer a sede da polícia para depor. Ele também nunca nos deu detalhes do que realmente aconteceu, de quem na verdade era Mari, falava às vezes somente sobre o óbvio: Mari, basca, Espanha, terrorismo... Ele também sempre comentava conosco, com tristeza no olhar que Mari agora extraditada para a Espanha, jamais voltaria a estar em nosso meio.



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sexta-feira, 16 de março de 2012

A CAIXA DE PANDORA - (Jayme Cardozo Jr.)


--- Eu quero mudar o mundo, sim! (ele em tom de brincadeira)
--- Mudar o mundo é coisa pra jovem. Aliás é coisa de jovem. Quando se é jovem vovô é que se tem essa idéia na cabeça. Eu também quando era jovem queria mudar o mundo. (risos)
--- Mas você ainda é jovem minha filha.
--- Sim... mas uma jovem com mais de trinta.
--- Esse mundo está muito diferente do mundo do meu tempo, do mundo da época em que eu tinha mais de trinta anos.
--- É eu sei vovô! mas a gente tem que aceitar o mundo, as mudanças do mundo... o sr. não acha isso né?
--- Não, não acho! Aceitar a mudança é uma coisa, agora aceitar, se conformar com essa sem-vergonhice toda que está aí, é outra coisa completamente diferente.

--- E como o sr. vai mudar o mundo vovô?
--- Estou fazendo um vídeo aqui e vou colocar na internet...
--- Deixa eu ver...
--- Não Dora, ainda não está pronto.
--- E o sr. acha que esse vídeo vai mudar o mundo?
--- Tudo bem! Pode até não mudar o mundo, mas quem vê-lo, o jovem que vê-lo, vai ao menos saber como era o mundo, como eram as pessoas a sessenta, noventa anos atrás.
--- Sei vovô! O sr. está sempre me dizendo como era o mundo no seu tempo...
--- É, então... você não vai mesmo querer ver o vídeo... você já sabe tudo... já está enjoada de ouvir de mim essas reclamações, que na verdade são afirmações. (sisudo)
--- Tá bom, vovô, tá bom vovô.
--- Você está cansada de saber por exemplo que no meu tempo as pessoas se respeitavam mais. Eram mais sociais... e não existia internet, redes sociais, não...
--- Sei...
--- Bate-papo era cara a cara, na varanda da casa, com direito ao cantar dos pássaros e visão da natureza mesmo se estivéssemos na casa da cidade.
--- Legal isso, vovô.
--- Não ficava parecendo que faltou algo nessas interações que tínhamos cara a cara, entendeu... como agora acontece por meio dessa Caixa de Pandora, entendeu? A gente se fazia entender mesmo não tendo muito dom para isso... às vezes um olhar em meio a conversa tirava dúvidas... como deve ser até hoje se fizermos isso, se conversarmos de verdade com o interloctor, cara a cara.
--- O sr. está me saindo um grandissíssimo crítico da Era atual, isso sim. (risos, mexendo na estante)
--- Acho que naquele tempo as pessoas não tinham tantos problemas na cuca como têm agora. divã era a roda de amigos, o divã se fazia ao receber visitas...
--- Bom tempo mesmos aqueles heim vovô?
--- Havia mais confiança uns nos outros, e menos desconfiança. Até o forasteiro estranho merecia nossa confiança. Quem não merecia nossa confiança era bandido, e bandido não se misturava de forma alguma aos nossos grupos naquelas horas de descontrações que os formávamos. Hoje por aqui, por esta janelinha...
--- A Caixa de Pandora? (risos)
--- Sim a Caixa de Pandora! Por aqui, pela Caixa de Pandora, você nunca sabe direito quem é quem, se quem diz ser quem é, é mesmo quem se diz ser... você acaba até descobrindo que quem você achava que era assim, na verdade é assado. (risos)
--- O sr. me faz rir desse jeito vovô!
--- Olha, quer saber de uma coisa Dorinha? O mundo novo, essa certa união de todos e de tudo através daCaixa de Pandora tem lá suas vantagens, mas pra mim, as desvantagens são maiores. Estou aqui, conversando com o Eurico, com a Isa, e tem até um jovenzinho aqui querendo fazer uma entrevista comigo para um trabalho de escola... e quer a todo custo que essa entrevista seja por aqui, por bate papo... ah, tenha santa paciência. Já disse a ele pra vir aqui em casa que fazemos a entrevista tomando um chimarrão, mas que nada, ele já me encheu aqui com perguntas da entrevista... quer a entrevista pela Caixa de Pandora!
--- Mas olha vovô, acho melhor o sr. encerrar aí com a Caixa de Pandora, viu! Não se esqueça, o sr. que será homenageado na Universidade amanhã cedinho... tem que descançar!
--- Você está certa! Só vou convencer esse moço a uma entrevista cara a cara e já desligo aqui. Mudar o mundo, as pessoas eu sei que nunca vou conseguir mesmo! Isso é coisa pra Deus em sua maneira de fazer a água subir à bunda das pessoas...
--- ah,vovô o sr. sempre me fazendo rir...
--- No meu tempo também, filhos e netos jamais interromperiam uma conversa de verdade, uma conversa cara a cara na sala ou na varanda... mas acabou pra sempre esse tipo de interação né... deixa eu desligar aqui...

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 imagem:idososgooglejpg

terça-feira, 13 de março de 2012

ALGUÉM QUE PASSA - (Jayme Cardozo Jr.)

Não há nada de mais
não há nada de menos;
mas, um dia lindo.
O céu azul
como o de outros dias,
momentos amenos.

Ás vezes o vento
ou calma calmaria.
Um pássaro que passa
e até o beija-flor...
E o cheiro trigueiro diz:
também cá estou.

Não há nada de mais
não há nada de menos;
mas, um dia lindo;
agora sem horas,
fez-se infindo...
é que a pouco você passou.
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imagem: praiajpg

segunda-feira, 12 de março de 2012

A IDÉIA PRÉ-CONCEBIDA - (Jayme Cardozo Jr.)


--- Mas padre Onofre, isto não é um mal sentimento de minha parte, eu tenho visto as atitudes da Mercedes.
--- Filha, já disse a você que é preciso muito cuidado ao julgar as pessoas. Você sabe que a Mercedez não é diferente de ninguém aqui da aldeia.
--- Mas padre, e o que ela falou?
--- Procure refletir melhor. Você também nunca ficou confusa? Faça como se deve fazer, procure entender essas coisas que ela às vezes fala.
--- Mas padre, e o que ela fez?
--- Será que o que ela fez, ir a casa de Otaviano fazer-lhe a barba é crime? Isso não é autruísmo?
--- Mas ele mora só!
--- Mas está doente de cama!
--- Dizem que ao contrário de ontem, ele, hoje está até cheiroso, deram-lhe banho.
--- Então, você não acha que quem fez isso, dando-lhe banho, levando-lhe o almoço e jantar fez o que Deus manda fazer?
--- A Mercedes?
--- Não minha filha, fomos nós: a madre Dorotéia, o Pirilo e eu quem estamos fazendo essa caridade ao Otaviano.
--- Mas e a barba dele?
--- Foi a Mercedes, a nosso pedido, sim! E semana que vem ela voltará lá!
--- Mas padre... mas padre...
--- Vá pra casa filha, e reze ao Nosso Senhor por Otaviano, e por Mercedes também; e não falte á missa no domingo. Quanto ao que estão comentando na aldeia eu dou um jeito... Espere! lembre-se filha, há três coisas que Deus detesta: falta de ponderação, o precipitar em julgar o próximo e a terceira ele não suporta de jeito nenhum, que é a idéia pré-concebida!




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domingo, 11 de março de 2012

YARANA

De tudo que existe
e persiste em estar
na minha estrada-alvorada
está Yarana meu bem.
Por bancos de dados
Silêncios falados
entre eu e você
telefone também.

 
De tudo que sinto
vive você, não minto,
nosso sentimento
a amizade de amor.

 
Por pensamentos
momentos, silêncios
e prosa-poesia
cantar o que for.

 
De tudo que lembro
do que já esqueci
não esqueço de ti, Yarana
a de repente que some.

 
Por tudo que somos
ou queremos ser
pra você o meu ser
e a poesia que dorme.
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(Jayme Jr.) - Copyright

quinta-feira, 8 de março de 2012

UM POETA

Fecho o silêncio
e solto minha voz
em tempo, fora de tempo
na caneta e papel.
A dizer do que vejo
daquilo que vemos
num mundo que cinza
quer o inferno ao céu.
Escrevo em poesias
se necessário, a segunda via
do horror, do terror
e de que há somente culpados.
Escrevo com o sangue
que foi derramado
com vidas tão vívidas
desses dois, ou três lados.
Fecho o silêncio
e solto meu grito
neste intento
de ser aqui também.
Um que se importa
com o morto, com a morta
e que ainda acredita
na paz qu'inda vem.
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(Jayme Jr.) - Copyright

terça-feira, 6 de março de 2012

SEM TÍTULO

Quem podia ou poderia
reconhecer, viver a poesia?
quando o mundo real
é irreal ao ser o que é:
maldade dos homens!
Quem pode ou deveria
desfiar uma noite inteira
fazer surgir um novo dia
quando o mundo só insiste
em ser noite sem luar?
Quem sabia ou saberia
levar tijolos e cantigas
reconstruir o que não se tinha
e que lamentavelmente
não se pode ter na fúria?
Quem desceu sem decidir
descer de novo depois da volta
e de tudo tão novo voltar a ver
que realmente no sobe e desce
a transformação é imperativa?
Quem deixou de ser humano
que muitas vezes é ser insano
num tudo natural e justo
num mundo que se quer perfeito
na perfeição que já havia?
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(Jayme Jr.) - Copyright

domingo, 26 de fevereiro de 2012

DÉJÀ VU


Amor
que foi
se foi.
Não volta?

Será agora
o que se quer?
Ou é só isso:
déjà vu?


Discutir
relação?
Como se o coração
fosse assim:
sábio!

Amor
que vai
vem
e não se sabe
se o é de fato.

Persuadir
quem é que;
quem se quer,
a ficar.

O que há
quando é?
ou quando não
é amor?

Amor
é amor,
é difícil
entender.

Amor
somos nós
mesmo assim...
não só uma vez.

(Jayme Jr.) - Copyright

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A MINHA CONFIANÇA

Confio no céu
nos ventos que repetitivos
trazem aquilo que é novo.

Confio no mar
nas ondas, nas rochas que rudes
também dão gosto de ver, e os tenho.

Confio na chuva
em cada gota repetitiva
que refazendo o ciclo, eterniza-se.

Confio no trigo
no figo, na dor, no suor
que são para se transformarem em amor.

Confio na terra
que é abrigo, com cavernas ou não
e minha esperança é só nas crianças.

Confio na vida
que por ser vida, viva
revela um mundo de Deus.

(Jayme Jr.) - Copyright

A CARTA

Senti sua pele
a pétala que é
seu rosto
seus olhos
sua fobia.
Senti sua letra
das palavras que vinham,
sua lágrima
sua espera
sua maior poesia.
Senti cada momento
que descrevestes na carta.
Também sua alegria
e vi cada vista que vistes.
Senti você
a mulher que és...
seus pés
seus passos
sua saudade.
Senti-me
sem poder aí estar.
Sinto saudade
suas vontades
senti você...
Senti cada quilômetro,
navio, cartas, carteiro.
Senti o sentimento
de quem postou-a, de quem não leu-a.
Senti sua pele
Senti sua pétala...
suave, sentindo saudade...
(Jayme Jr.) - Copyright

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

QUANTO TEMPO?

Quanto tempo
até que eu me centre de novo
e reconquiste a tua atenção?
Quanto tempo
até que eu me centre de novo
e reconquiste a mim mesmo?
Porque o tempo é voraz
muito mais capaz de girar e fazer
do que eu, do que nós.
Quanto tempo
até que eu aceite
meu novo modo de vida, imposto?
Quanto tempo até que eu possa lutar
até que eu possa de novo ter forças?
Porque o tempo pra mim é ferrugem
quando deveria ser argamassa.
Quanto tempo
até que você me entenda
me estenda
e me corresponda de novo?
Quanto tempo
até que você me faça entender
o porque do teu silêncio?
Rude
sem tempo
sem hora
sem vento
silêncio
só.

(Jayme Jr.)- Copyright

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O AMOR EM MIM

O amor em mim
que vistes
que existe
igual
a todos os amores
igual
a todas as vivências
persiste
em se permanecer
amor.
Enquanto
muitos amores, vivências
a essa altura
da vida
da existência
deixam, desistem
de existirem
de serem
o ser
amor.
(Jayme Jr.) - Copyright

sábado, 28 de janeiro de 2012

PRIMAVERA E OUTONO


Primavera árabe
outono ocidental
um inverso global:
revoluções.

Um mundo no fim?
Ou só nova Era?
Começo e preços;
adereços: sorri!.

Economias que valham
variam, outra oscila
Antenas, Atenas
nada à filosofia.

A primavera
o outono...
O inverno?
Eras, inversos e versos...

(Jayme Jr.) - Copyright

domingo, 22 de janeiro de 2012

PSIQUE


É psicológico
lógico,
a dor.

A psique
a alma
a doer.

É psiquíco
é difícil
entender.

Quantas almas?
Quantas lágrimas?
E as lástimas...

Quantas vidas
derramadas
traspassadas?

Vidas
homem,
mulher.

Vidas
menino,
menina.

Sim, a vida
é num corpo...
mas, num coração...

(Jayme Jr.) - Copyright

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A LAPIDAR


Assim como nós
vivemos
amamos
sofremos,
haveremos
de:


Sairmos livres,
sem pensar
no passado;
sem o mal
só o bem,
tempo em que fomos.


Procuremos
o que vivemos;
ao menos...
Soluções
dos porquês
que sofremos.


Ao encontrarmos
seremos
serenos;
a lapidar
o amor
que por pouco tivemos.

(Jayme Jr.)- Copyright

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

BALEIAS

Ah, este mar azul
às vezes verde
como uma flora.
Às vezes calmo
ás vezes bravo.
É impossível
abraça-lo.
Ah, este mar ás vezes
se mostrando
se revelando, nu.
E a baleia cinza
sob, sobre ele
nos faz pensar
num mar tão calmo
no mundo azul.
O mar e as baleias.
O que é mais belo
A baleia ou as baleias?
O mar de azul
ou o mar de verde?
mar, amar,
mal, caos... na areia.
As baleias e o mar
o mar profundo
puro, duro, obscuro.
As baleias que amáveis
num chafariz delas
sentem, amam
os que se aproximam.
Ah, este mar além
traz belezas, baleias!
As baleias vêm
e senhoras dos mares
nos deixam tocá-las
amá-las...
matá-las.
Ah, este mar que vive
que é um mundo à parte,
parece viver
só para elas
a mercê delas
que vivem
para o mar.
(Jayme Jr.) - Copyright
(foto - uol.com.br)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A LIBERDADE

A liberdade
é a única verdade
que vem do coração.

E quando vem ao coração
todos os vitrais
se explodem,
todos os portais
se abrem
e um movimento
de entra e sai
de sobe e desce,
igual a escada
do sonho de Jacó
se faz.

A liberdade
para sempre estará
nos sonhos,
nos pesadelos
dos medos existentes.
Estará pra sempre
presente
naquilo tudo tão turvo
ou nisso tudo
tão claro,
tão raro...
a jóia mais preciosa,
que se chama
coração.

(Jayme Jr.) - Copyright

domingo, 8 de janeiro de 2012

QUEM SABE VOCÊ

Quem sabe
você
algo que fosse

assim
capaz
incapaz
de se ir.

Algo bom
Algum som
forte
norte
vulgo
o que chamam
de amor por aí.

Quem sabe
você
alguém
de asas também
de além
mas de minha
mera esfera.

Algo bom
algum tom
que me leve
eleve
e em uma só vez
me tire de vez
do que me é fera.

(Jayme Jr.) -Copyriht

DO AMOR


Sabe o amor
e prossegue na via
nas vezes
independente
de um
de dois
de mais.
Independente
de intervenções
de corações
assim
ou a sós
prontos ou não.
Prossegue o amor
e sabe
que é amor
que é quem anda
desanda
manda
desmanda
enfeita
parece que fere.
Por ser amor
não deixa de ser
sentimento pleno.
Não se turva
não se curva
à debilidade
ou veneno.
Independente
a fazer
a tecer
a tocar.
Independente, sim!
Usufruí-lo,
depende
de nós.

(Jayme Jr.) - Copyright

domingo, 1 de janeiro de 2012

BEIJOS DE POESIA

Rege minha vida
se não ao menos

me guie com seu olhar
com seu carinho
com seu amor
e BEIJOS de poesia.

Cuida de mim
que não sei,
a não ser
até certo ponto
onde posso ver...
e é você quem conhece
em mim o que é e será.

Deita-me
e me faz massagem
numa tarde preguiçosa
como esta, de chuva
e depois da cozinha
me espere, que serei eu:
a reger, a guiar, a cuidar
do que é meu... nosso.

(Jayme Jr.) - Copyright

APRENDIZES


entre espaços de tempo
momentos aflitos
gritos
o beijo primeiro ou último,
e o tempo inexiste.


entre a saudade e o encontro
um tempo doído
infindo
corações juntos a distância
e se eterniza um amor.

Não há
mais nada pra ele
que perdeu esperanças.
Não há
mais nada pra ela
e o passado é horror.

Não há
nada do que sobrou.
Nada pra levar, relembrar.
Não há
nem gritos, saudade de beijo, amor...


entre espaços de tempo
um tempo existente
que
pode-se lapidar, cuidar
manter a alma bem perto.


entre espaços de corpos
um tempo, um intento
que
sendo eles aprendizes
podem unir-se, a vencer o século.

(Jayme Jr.) - Copyright

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CASTELOS DE AREIA

Será só comigo
que coisas importantes
com o tempo ido
galopante,
perdem o valor?
Não sei!
Mas sei
que não é só em mim
que pessoas
e o que é sacro
não perdem não;
assim como também o amor!


(Jayme Jr.) - Copyright

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

AMIGOS

Os meus amigos,
eu sei que os tenho
por causa de uma química
presente, fluente
que me faz sentir bem
que me fez sentir bem
desde o início.
Os meus amigos
são surpreendentes
no jeito de serem
de me tratarem,
assim como eu os trato:
com carinho
com respeito
com amizade, de fato.
E quando não há a química,
som ou rima
eu tento de novo.
Já perdi as contas
de quanto tentei novamente,
quando dos versos tortos
sem som
sem rima
sem nada.
Versos tortos dele,
dela,
meus...
Mas viva!
Viva, aqueles da química!
Aqueles que às vezes
São tão, iguais, reais
quanto meus ais,
e mais, muito mais
que o próprio espelho.

(Jayme Jr.) - Copyright

MADRIGAL

Quando você vem
aos meus pensamentos
ao meu coração
choro.
Choro um choro sem lágrimas
é alegria
é paixão...
porque você vai além de tudo
do que se é
do que se vive
do que se vê.
Você é o amor
contado
cantado
nos madrigais.
És a emoção
que se tem
de quem sentado
assiste pela janela, tela...
ou mesmo de outrem
que como eu
vive real,
esse sentimento.


(Jayme Jr.) - Copyright

DEU-ME VOCÊ



É Deus quem olha por mim!
Vê-me do céu

daqui de dentro
de meus sentimentos;
sejam quais forem:
ensinando
modelando
nivelando;
mudando
esse que sou eu;
mostrando-me
essa que é você...
linda
sexy
forte como eu.
Foi Deus quem deu-me esta poesia
que é como uma cria,

minha, nossa.
Foi Deus quem me deu você;
bela

esguia...
aquela que sei,

sempre existiu em algum lugar;
aqui dentro
aí fora
ontem, hoje,
agora.

E hoje nada mais quero d'Ele
a não ser você,

que me veio
assim

pra isso
pra aquilo
pra tudo
pra mim.

(Jayme Jr.) - Copyright

NADA QUE SEJA

Nada que seja pra agora
pois não há pressa
quando alguém
realmente interessa
à mim, aos meus...
aos meus eus
às minhas solicitudes.

Minhas solicitudes:
amor, amar, amarei...
Minhas verdades:
amo, amaria, amei...

Nada que seja pra depois
já que nada dura eternamente,
o amor muda:
mais forte
mais claro
bem mais preparado
pra esse tipo de 'para sempre'.


(Jayme Jr.) - Copyright

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ALGUÉM QUE PARTE

Parto sem rumo
sem saber do meu tempo
se é passado ou presente
se é somente futuro.

Parto e deixo
para trás, pessoas
saudades, vontades
o volver que seria.

Parto partindo-me
ao meio, sem querer
mas sentindo que devo
como sempre, partir.

Parto de onde
cheguei outro dia
daqui, que não era
donde eu me tornei.

Perto de mim,
e um pouco ao longe
prossegue comigo
o que pra mim é amor.

Perto estarei
ao chegar novamente
da partida de sempre
do despetalar.


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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

AMOR




Juro que não fui eu!
Nem eles
nem Deus.
Mas alguém que se amou
que ao invés de receber
de dividir
de devolver...
pisoteou.




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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

HOJE O AMOR...

Hoje o amor...
uma flor ...
assim de repende.
Hoje um sabor
de quem foi
de quem é
tão somente:

uma vida
minha vida

nossas vidas
não sei de mais quem,
se mais quente.

Hoje o amor
um ardor
aqui dentro.
Hoje o viver
e o querer
viver hoje

esse intento.

(Jayme Jr.) - Copyright